Líderes de entidades que
reúnem soldados, cabos e sargentos da Polícia Militar avaliam que, pelo clima
atual nos quartéis, será difícil segurar uma eventual greve da corporação em
toda a Bahia já para meados de setembro. A avaliação é a mesma entre oficiais
da PM ouvidos reservadamente pela Satélite. "Quem testemunhou os movimentos
anteriores às greves de 2001 e 2014 sabe que essa possibilidade é cada vez mais
real.
O sentimento de revolta que assistimos no passado por duas vezes é o
mesmo que estamos vendo agora, talvez um pouco mais acirrado", disse um
tenente-coronel que só aceitou conversar com a coluna sob anonimato. Ele usou
como exemplo de atmosfera pró-greve a assembleia com 3,5 mil realizada na
última sexta-feira, em Salvador, que culminou, no início da noite, com uma
carreata do Clube da Adelba ao CAB. Outra versão - Apesar dos sinais, o governo
do estado e a cúpula da Segurança Pública apostam que não há qualquer chance de
paralisação na PM e tratam o assunto como boato com motivação política.
O
veredito sobre uma eventual greve ou não dos militares só será definido no próximo
dia 11, quando cerca de 10 mil policiais estarão juntos em nova assembleia.
Entre lideranças da PM, o ambiente é de apreensão, sobretudo, pela
possibilidade de reviver o caos imposto pelas paralisações passadas em todo o
estado, sobretudo em Salvador e Região Metropolitana. Para eles, os cinco anos
de salários congelados, o descumprimento de acordos firmados e a indisposição
do governo estadual para dialogar com a categoria podem dificultar negociações
para estancar o movimento. (Satélite/Correio)