por Jaílson da Paz
De tão comuns, cenas de animais puxando carroças abarrotadas de materiais ou com sinais de esgotamento físico se tornaram “invisíveis”. O sentimento veio do desabafo ontem à tarde - e teve a minha concordância - de uma senhora diante de um cavalo lavado de suor e com uma das patas dianteiras ferida. Isso a poucos metros da Faculdade de Direito, no Centro do Recife.
Carros e pedestres - inclua aí viaturas policiais - praticamente roçavam na carroça estacionada na esquina das ruas do Riachuelo e do Hospício, enquanto o cavalo mal se mexia de cansaço. Por segundos a senhora parou, deixando sair a pergunta: Fazer o quê? E acelerou o passo balançando a cabeça em desaprovação ao tratamento dado ao animal.
A cena aos que a enxergaram era de maus-tratos, que poderiam ser abolidos com o simples respeito a uma lei de 1998, hoje mais letra morta do que inspiração para o poder público agir. Do contrário, no caso específico do Recife, frente às denúncias das entidades defensoras dos animais, uma solução teria sido estruturada para viabilizar a lei que proíbe a circulação de veículos por tração animal há quase um ano. Para ser exato, um ano será completado no próximo mês. (Diário de Pernambuco)