A Fifa não cedeu à pressão das
vendedoras e da população e decidiu manter a decisão de não permitir a venda
dos quitutes das baianas de acarajé dentro da Arena Fonte Nova nos jogos da
Copa do Mundo de 2014. Mas poderia
ter sido pior. A federação internacional de futebol tem como padrão não
permitir comercialização de nenhum alimento num raio de dois quilômetros que
não seja por parte de seus patrocinadores, a exemplo do McDonald's. Contudo,
segundo o titular da Secretaria Estadual para Assuntos da Copa (Secopa) Ney
Campello, as baianas poderão vender acarajés, abarás e cocadas no entorno da
Arena, mas fora das catracas, sem acesso aos corredores do estádio.
"Elas
ficarão em quiosques no chamado 'comercial display', uma área acima do
edifício-garagem que também terá estandes e venda de souvenires. Só chegará ali
quem tiver ingresso. É o primeiro ponto de contato do torcedor", disse Ney
em entrevista à Folha. O
secretário ainda não sabe se os torcedores poderão comer os quitutes nas
arquibancadas. "Mas acredito que sim". A polêmica
sobre a proibição mobilizou baianas, população e personalidades da cultura do
Estado. As baianas chegaram a entregar uma carta à presidente Dilma Rousseff em
abril último. O acarajé foi declarado patrimônio do Brasil há sete anos pelo
Ministério da Cultura.