A tentativa do presidente Jair
Bolsonaro de interferir na escolha do superintendente da Polícia Federal no Rio
é mais um capítulo da disputa velada de forças que ele trava com o ministro da
Justiça, Sérgio Moro. A PF não aceita indicação de “cima para baixo” para o
preenchimento dessa vaga e ameaça implodir caso o ministro ceda a uma
interferência do Planalto. Segundo o Estado apurou, se Bolsonaro insitir em
impor sua vontade, para Moro restariam duas alternativas. Uma é aceitar e
perder o controle da Polícia Federal. A outra é rejeitar a interferência e
pedir demissão do cargo. Dirigentes da PF dizem que não vão agir como os
colegas da Receita Federal, que vêm sendo atacados pelo presidente
constantemente sem reação. Bolsonaro falou sobre o assunto duas vezes nesta
sexta-feira, 16. Primeiro, avisou que é ele “quem manda” e indicou que
colocaria na vaga de superintendente da PF no Rio o atual responsável pela PF
no Amazonas, Alexandre Saraiva. Em nova entrevista, horas depois, baixou o tom.
“Eu sugeri o de Manaus. Se vier o de Pernambuco não tem problema, não”,
afirmou. Essa última declaração ajudou a acalmar a PF. LEIA MAIS