O ministro da
Educação, Mendonça Filho, disse que aceita democraticamente as críticas, mas
que vai levar adiante a reforma do ensino médio, porque "interessa aos
jovens do Brasil”. A declaração foi feita hoje (28) em audiência pública da
comissão mista do Congresso Nacional que analisa a medida provisória que
estabelece a reforma do ensino médio (MP 746/2016). O relatório que analisa a
MP será entregue amanhã (29).
“Esse é um
debate histórico, muita gente falava, muita gente propunha, muita gente
defendia depois da divulgação dos Idebs [ Índice de Desenvolvimento da Educação
Básica] fracassados do ensino médio, mas depois se esquecia. Quando vem alguém
com coragem e com postura politica para colocar a coisa para funcionar, aí vêm
as críticas”, disse o ministro.
Um dos
principais pontos levantados no debate foi a questão do financiamento.
Endividados, os estados dizem que precisam de mais recursos para tirar a
reforma do papel. Pela MP, o governo federal transferirá recursos adicionais
aos estados para a ampliação da jornada escolar para sete horas por dia - uma
das mudanças previstas na reforma.“A maior rede de educação em tempo integral é
a pernambucana. Se em um estado pobre conseguiu um patamar de desempenho extraordinário,
primeiro lugar no Ideb, qualquer unidade da federação, se houver decisão
política, foco e apoio do governo federal, que já está garantido, tenho certeza
que a gente pode alcançar um enorme e positivo desempenho no ensino médio
brasileiro”, diz.
Pelo Programa de
Fomento à Implementação de Escolas em Tempo Integral, que tem a participação de
todos os estados, o Ministério da Educação (MEC) investirá anualmente R$ 2 mil
a mais por aluno para a ampliação de jornada. O programa deverá chegar a 500 mil
estudantes. O ensino médio público tem cerca de 7 milhões de alunos na rede
pública.Pelo Plano Nacional de Educação (PNE), lei aprovada em 2014, o Brasil
deve ter pelo menos 25% dos estudantes em tempo integral até 2024 - atualmente
são 18,7%, levando em consideração toda a educação básica. No ensino médio, são
6,4% das matrículas.