O cacique Babau, da etnia Tupinambá, recebeu a Medalha
Chico Mendes de Resistência, por indicação da Comissão de Direitos Humanos e
Assistência Judiciária (CDHAJ) da OAB/RJ, na 29ª edição do evento promovido
pelo Grupo Tortura Nunca Mais (GTNM), que aconteceu na segunda-feira, dia 3 de
abril, no Salão Nobre da Seccional, no Centro, Rio de Janeiro. Por determinação
da Justiça Federal, o cacique Babau permaneceu quase um ano em prisão
domiciliar, sob a condição de “não praticar atos contra a ordem social”; para
participar da solenidade, teve que pedir autorização. Em seguida, sua prisão
foi revogada. Há 29 anos, a Medalha Chico Mendes de Resistência homenageia
anualmente pessoas ou entidades que lutam ou lutaram em defesa dos direitos
humanos. A condecoração é sempre entregue em uma data próxima ao dia 1º de abril,
com o objetivo de provocar a reflexão sobre o que foi o golpe civil-militar de
1964 e seus inúmeros efeitos. Além de Babau, outras 9 pessoas foram laureadas.
Houve também uma homenagem especial às lutas pela educação no estado do Rio de
Janeiro – representada pelo grupo Ocupa Uerj. A homenagem ao cacique irritou
pequenos produtores do sul da Bahia, principalmente os que acusam Babau de
comandar invasões a propriedades rurais na região. Há relatos de tentativas de
homícidio e tortura durante as invasões. Uma nota de repúdio à OAB-RJ deverá
ser encaminhada por Associações e Sindicatos baianos que representam os
pequenos produtores. (Ilhéus em Resumo)