Em um dos seus depoimentos prestados no âmbito do acordo
de colaboração premiada com a Lava Jato, o empreiteiro Marcelo Odebrecht
assumiu pagamentos de propina para o PMDB e o PT por conta do contrato PAC SMS
da diretoria Internacional da Petrobrás.
Segundo o delator, tanto a ex-presidente da estatal, Graça Foster, como a
ex-presidente Dilma Rousseff (PT) foram informadas sobre os pagamentos
ilícitos. Na conversa com Dilma, segundo Marcelo, teria transparecido que a
então presidente queria saber se seu vice, Michel Temer, teria recebido valores
oriundos do contrato.
“Eu contei tudo que tinha contado pra Graça contei pra ela. Presidenta, veja
bem, não é justo o que Graça fez. Eu achava que ela queria saber se Michel
estava envolvido… mas você percebe que ela queria instigar quem era a pessoa
que estava recebendo isso”, detalhou Odebrecht.
Os repasses ao PMDB, disse Marcelo, foram solicitados a Márcio Faria, diretor
de Oléo e Gás do grupo Odebrecht, pelos então deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ)
e Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Por parte do PT, os repasses teriam sido
tratados com o tesoureiro do partido João Vaccari. Questionado sobre os
valores, Marcelo informou que não saberia o valor exato, mas que “foi
relevante, foi 10, 20 milhões de reais” pagos na véspera da campanha de 2010.
(Estadão)